Já se passaram mais de 40 anos, mas as marcas deste período continuam nas vidas de centenas de pessoas. Instaurada em 1964 a ditadura militar foi um período marcado por censura e perseguições políticas. Neste clima de repressão não demoraria surgir grupos de resistência contra o governo militar, entre eles estavam os guerrilheiros do Araguaia, homens e mulheres decididos a lutar contra essa situação.
A Guerrilha do Araguaia foi uma das batalhas mais violentas durante o regime militar; ocorreu entre 1972 até 1975 na região entre o Pará e Tocantins. O governo militar enviou cerca de dez mil soldados para combater um grupo de setenta guerrilheiros que na maioria eram acadêmicos vindos de diversas regiões do Brasil, entre eles estavam o ex-militar Osvaldo Orlando da Costa (Osvaldão) e a enfermeira Dianaelsa Santana (Dina) apontados como os lideres desse levante.
As pessoas que moravam em Cidades como Xambioá no atual estado do Tocantins, passaram a viver com o terror. Todos que fossem suspeitos de ter algum tipo de ligação com os guerrilheiros eram presos e torturados, casas eram incendiadas e mulheres violentadas, o medo passou a ser uma companhia constante.
Os traumas nas vidas dessas pessoas, mesmo após anos não se apagam, Antônio Alves de Sousa, é uma das vitimas dos militares, sua vida estará para sempre marcada pelo terror e opressão que viveu. Ele ficou preso 22 dias sofrendo, choques elétricos, afogamento, e outros tipos de torturas.
Seu Antônio conta que por anos ficou com medo de tocar no assunto, ele diz que guarda muita mágoa e isso não se apaga com o tempo e que dinheiro nenhum paga o sofrimento e a humilhação que ele viveu.
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